acordo muitas vezes apaixonada. perdidamente apaixonada.
sei-o nos pequenos detalhes de mim. nas músicas que fico a cantarolar o dia
todo. nas covinhas do meu sorriso. na leveza dos passos que dou. na certeza de
tudo o que não quero. não me acontece acordar apaixonada assim todos os dias. mas, no outro dia, li algures
que viver apaixonado é a melhor coisa que nos pode acontecer. e também aquela
que mais trabalho dá a manter. e então acho que é por isso que trabalho tanto: para viver apaixonada. perdidamente apaixonada. pelas coisas simples e bonitas da vida. por aquelas que – tantas vezes – só eu, e
os que vivem na mesma sintonia-da-paixão, reparo e guardo no peito. sei que este tanto
que me apaixona pode vir apenas de um sorriso aberto, ou de um raio de sol que pousou naquele lugar especial, ou de um cheiro que me
lembra como eu era com 7 anos, ou daquele abraço do meu Pedro, ou daquele amor-sem-fim
do meu filho a correr para mim, ou daquele silêncio de ouro, ou daquele momento de luz, ou do olhar do Sal, ou das minhas pessoas de bom coração, ou de alguma coisa que li, ou de alguma coisa que escrevi, ou de fazer a
fila andar, ou de rir e de saber chorar, ou de gostar e de nunca ter aprendido a odiar, ou de abraçar e
abraçar e abraçar.
acordo
muitas vezes apaixonada. perdidamente apaixonada. às vezes pela vida, outras vezes pelo amor, outras pelo que me é essencial, outras só por respirar, outras por saber
e poder abraçar, quase todas, e são tantas, infinitas vezes, por ter a quem amar e por ter quem me amar.