o verão é, estação após estação, a prova de que vale a pena dar uma segunda
hipótese à vida. é simples, despretensioso, depurado. convida-nos a enterrar na
areia todas as queixas que vamos fazendo o ano inteiro, e seduz-nos para que
deixemos que sejam os dias longos a ditar o passo da vida.
no verão, todos os dias são inadiáveis. como são os mergulhos no
mar, as enormes bolas de berlim, a deslumbrante luz do fim do dia, o espanto em
cada novo pôr-do-sol, a certeza de sermos os últimos a sair da praia, a leveza
de dormir com sal na pele e a maior prova de esperança que existe: o sol volta sempre (sempre) no dia a seguir.
