«Não sei
ainda bem o que sou, onde me encontro, tenho ainda muitas arestas para limar antes
do último suspiro. Mas o que vou sendo, devo-lhe em enorme medida. Escolhi-o
(escolhemo-nos) há 10 anos. Não sabíamos que iam passar 10 anos. Não fizemos
planos. Escolhemo-nos, agarrámo-nos e começámos a caminhar. Sei, do pouco que
sei nesta vida, que sou infinitamente melhor do que poderia ter sido. Acordo
agradecida pelo que tenho, importo-me com os outros, procuro corresponder aos
que de mim esperam gestos, doem-me as injustiças e os desvalidos. Amo com força,
desprezo quem magoa os meus. Protejo e sou protegida por ele, nem ele sabe quanto.
A vida escolheu para mim uma exposição pública. Não sou melhor ou pior do que
qualquer um. O que poucos saberão (porque só vêem glamour) é o trabalho que dá,
todos os dias, todos os dias, estarmos ao nível do que de nós se espera. É vital
um grande equilíbrio emocional. Uma paz, chamemos-lhe assim. É o que meu marido
me dá, e que hoje agradeço publicamente.»