«É costume
pensarmos muito (ou demasiado) no que falta acrescentar às nossas vidas. Mas o
exercício ao contrário é tão ou mais importante. Pensar nas coisas de que
podemos abdicar e estar bem ainda assim. Ir tirando, deixando ir com a
corrente. Perceber a essência que está em nós, o essencial do que precisamos.
E, com isso, a matéria real que nos compõe.
Nesse
exercício ao contrário, vou percebendo ao certo quais as coisas que posso
entregar e continuar. E quais as coisas que (me) bastam. E assim, isoladas
todas as coisas óbvias que não são coisas, a conclusão foi esta. Livros.
Música. E aquela minha energia luminosa para fazer comida. Num exercício mais à
frente e, se fosse preciso retirar ainda mais alguma coisa, que permanecessem
os livros. Mesmo que tivesse de entregar tudo e que mais nada me restasse, o
mundo seria, sempre e ainda assim, uma biblioteca infinita.»
| coisas d'amar |
/