quarta-feira, 14 de março de 2018

sobre tudo aquilo em que acredito*


''Prefiro ser o coração que vive neste corpo, do que apenas mais um corpo com um coração. Talvez este tenha sido o maior desafio a que me propus na vida. O desafio de pôr-me à minha estrada, confiando sobretudo nesta bússola que me bate no peito. Nem sempre é fácil e linear ignorar as sinalizações alheias, abstermo-nos das direcções dadas pelos GPS exteriores, mas é sempre dentro de mim que encontro o mapa. Esse mapa que me tem guiado em todas as caminhadas que tenho escolhido fazer na vida. E talvez por isso não tenho tempo e nem disponibilidade emocional para coleccionar rancores ou arrependimentos. Estou sempre tão focada em resolver, que não tenho tempo para remoer. Não tenho espaço sentimental para as azedas da vida. Apanho-as, como toda a gente, pelo caminho que sigo; mas dou-lhes a volta com uma certa pinta, usando uma técnica de malabarismo mental entre a aceitação (do que não posso mudar) e a persistência (pelo que acredito que está nas minhas mãos).
Sei que há batalhas que me exigem ser soldado na trincheira da frente, e guerras onde fico apenas sentada no gabinete de estatística a contar as perdas. Sei também que há momentos em que fico a meio das duas posições, à espera de sentir um sinal de fumo a sair do mapa que me guia. Reconhecer onde estou neste momento, já é por si um conforto.''
___