tenho o amor como a minha
primeira coordenada. como a minha rede de segurança em todas as fases de
trapézio-sem-rede. o ponto preciso onde tudo começa e o ponto exacto onde tudo
termina. a razão certa nos dias sem razão. a certeza doce nos dias sem
certezas. a janela que descerro todos os dias, de onde vejo o sol e deixo
entrar a luz.
tenho o amor como o arco-íris
nos dias cinzentos, as viagens que faço sem sair do lugar, o entendimento certo
do silêncio que se faz colo, a mão no ombro que tranquiliza, segura, ampara. os
abraços que foram feitos à minha medida, o peito que é a minha morada
constante, as mãos que são o meu mapa mundo, o sorriso que se abre para me
iluminar.
tenho o amor como a minha
primeira coordenada. e a evidência que sublinha a minha maior constância:
«mesmo que me falte o universo
inteiro, nada verdadeiramente me falta.»