sábado, 9 de dezembro de 2017

tão isto, tão a força em que acredito*

«Não se iluda. A vida do lado de cá é tão estressante quanto a sua. Quatro filhos, marido, casa, supermercado, contas para pagar, levar e buscar na escola, na natação, no futebol. Administrar emoções a flor da pele, viagens de trabalho, noites em claro, vontades, brigas, birras, choros, o combo completo, que tem em todas as famílias. Buscar o equilíbrio era a minha única opção. Ou era isso ou era enlouquecer, ceder aos gritos, a falta de paciência, a desconexão com meus filhos.
E antes que você ache que o papo ficou hippie demais, te digo: esse equilíbrio não tem nada de zen e pelo tanto de esforço que demanda, está mais perto de um cross fit do que uma meditação em campos de trigo. Manter o equilíbrio dá trabalho e exige técnicas. É um esforço diário, até que uma hora vira hábito. E aí, as coisas vão se suavizando, sem jamais serem perfeitas, porque esse lugar é inatingível. Entendendo isso fica mais fácil cobrar menos de mim e dos meus filhos.
Eu precisei buscar o equilíbrio na minha fala, nas minhas atitudes e no meu comportamento não para sair bem nas fotos do instagram, porque não dá para sustentar alegria de mentira, mas porque meus filhos vão crescer e desejo que eles queiram sempre voltar para casa, esse lugar mágico onde nossos medos, dores e amores são sempre respeitados e acolhidos.»