«Sempre ouvi dizer
que a felicidade é "contentar-se com pouco". Que aquele que se
contenta com pouco, é feliz. Percebi que isso não é verdade, de forma alguma. É
impossível ser-se feliz ao tentar contentar-se com pouco. A felicidade, como a
vejo agora, é pôr em prática quem somos interiormente, a nossa natureza. A
felicidade é ser quem somos - nem pouco, nem muito, mas o todo.
"É feliz porque
não pede muito", dizem. Que erro! Aquele que é feliz, que sente felicidade
dentro (e fora) de si está cheio - tão cheio que parece que transborda. Ele não
se contenta com pouco, ele contenta-se com muito. Muito, muito, muito!
Pode, aos olhos dos
outros, ter pouco - talvez não tenha uma grande casa, nem carro, não ande
vestido com as últimas modas, talvez viva sozinho, talvez repita todos os dias
a mesma rotina. Mas se esses dias forem o espelho do que está dentro desse
indivíduo, se a sua natureza se poder manifestar em tudo o que faz, então o seu
contentamento é genuíno e enorme e esses dias serão certamente dias de
celebração.
Ninguém se contenta
com pouco. Só se esse pouco for muito.»
| virgínia otten |