terça-feira, 18 de julho de 2017

quando a hora chega*

durante muito tempo hesitei (demasiadas vezes) entre um ponto final e uma vírgula, entre escrever fim ou cenas do próximo capítulo, em escolher-me a mim mesma, em ser eu – primeiro que tudo - o amor da minha vida. durante esse tempo, achava que o vazio que existia dentro do meu coração só podia ser preenchido por alguém que não eu. esperava que fossem os outros a dizer o quê, como, quando, onde e quando. morei em corações com prazo de validade, afundei-me no mar dos meus olhos, vestia-me de dúvidas, medos e todas as palavras amargas que dizia a mim mesma. 
até que um dia escolhi parar. parar e conversar com o meu coração. abrir as janelas todas e deixar a luz entrar. fui aprendendo a oferecer-me flores, e músicas, e livros, e muitos cadernos onde escrevi (escrevo) tudo o que vai cá dentro. ouvi-me, compreendi-me, questionei-me, chorei alto, ri alto, abracei-me forte, tive medo, trabalhei a coragem, fui buscar reforços de força onde não imaginava existirem, prometi-me conjugar sempre e para sempre o meu verbo-colo: aceitar(me). 
hoje sou para mim a pessoa mais bonita do mundo. sou mesmo. nas forças e nas fragilidades, no que tenho de bom e de vulnerável, no que choro e no que rio, no amor-para-sempre que encontrei dentro de mim e onde decidi morar para o resto da vida.
hoje sou eu que escolho. sou eu que decido. sou eu que sei o que é melhor para mim. sou eu que faço o meu mundo girar. e sou eu que digo a mim mesma: está tudo certo, vai correr tudo bem. 
nas minhas escolhas, na minha sorte, nos meus acertos com a vida, no saber aquietar o meu coração e no nunca largar a Mão da minha fé, nada mais importa do que saber-me em paz do lado de dentro. 

» créditos imagem | hello emilie