«Andou-se muito em poucos passos. O Salvador Sobral não cedeu à
tentação de ser outro. Nem a Luísa Sobral.
Acreditaram que o amor e a honestidade musical podiam dar fruto numa árvore
carregada de produtos embalados. Foram apaziguados e discretos, como só vão os
que estão certos daquilo que querem, e trouxeram um prémio que tem um
significado muito maior do que o festival. Provaram que ser especial é ser fiel
àquilo em que se acredita. Em nenhuma conferência de imprensa ou actuação se viu plasticina moldada, viu-se a desconcertante verdade que nos
dias que passam teima em dar lugar ao "ser aquilo que os outros vão
gostar". É preciso ter tudo no sítio, porque a tentação para derrapar está
sempre a piscar o olho. Ontem ganhou-se muito mais do que um prémio, ganhou-se
a certeza já esquecida de que a música não é sobre fórmulas matemáticas, é
sobre a genuinidade e o amor. Parece fácil, não é?
Hoje, ao ver o Salvador e a Luísa serem recebidos por centenas de pessoas no aeroporto, ontem ao ver o Marquês de Pombal ficar baixinho para ouvir o Salvador cantar, fiquei mesmo feliz. Por uma única razão: o talento, o amor, e a beleza das coisas simples ainda espanta o mundo. Se isso não é uma vitória de fazer tremer o coração, então não sei o que será.» | bruno nogueira |
Hoje, ao ver o Salvador e a Luísa serem recebidos por centenas de pessoas no aeroporto, ontem ao ver o Marquês de Pombal ficar baixinho para ouvir o Salvador cantar, fiquei mesmo feliz. Por uma única razão: o talento, o amor, e a beleza das coisas simples ainda espanta o mundo. Se isso não é uma vitória de fazer tremer o coração, então não sei o que será.» | bruno nogueira |