«Nós não somos assim»,
disse um dos seres humanos. Pois não. Nós somos neuróticos. Pensamos sempre que
poderíamos estar melhor: poderia ser Verão; poderíamos ser mais novos;
poderíamos ter mais tempo para estarmos uns com os outros. Os cães nunca pensam
nessas merdas. Não perdem tempo ou energia mental a contemplar alternativas.
Estão cem por cento no aqui e no agora. Acham que as condições actuais são
excelentes, que têm imensa sorte de estar ali e que tudo indica que as coisas
ainda vão – inconcebivelmente – melhorar.
Como é que ninguém se
lembrou de estudar os cães? São eles que têm o segredo da felicidade. Sabem
amar como ninguém e fazem a festa toda com os pequenos gestos de amor que
recebem das pessoas que amam.