o tempo todo que cabe numa semana. os dias
todos que levam meses a digerir. as coisas misturadas e difusas que nos
acontecem. e as outras.
às vezes, fica tudo fora do lugar. os
dias sem açúcar, o peito sem ar.
confiamos – porque foi assim que
aprendemos a sobreviver – que é a vida. como ela é. como ela só pode ser. e acreditamos
– porque foi assim que aprendemos a sobreviver – que todas as dores têm uma razão para acontecer.
o tempo todo que cabe numa semana. os dias
todos que levam meses a digerir. as coisas misturadas e difusas que nos
acontecem. e as outras.
de permanente e firme fica (só) o que é
do coração. de permanente e firme fica (só) a teimosia de manter as costas
direitas, a cabeça erguida, o sorriso na cara, o lado esquerdo limpo, arrumado
e arejado e a fé – sempre, sempre a fé – nas voltas que isto tudo dá.
dizem que é na perda que aprendemos mais.
e que é no fim de um ciclo que nos fortalecemos mais. às vezes, custa a
acreditar. às vezes, custa a aceitar. mas nós, os que aprenderam a sobreviver, sabemos
que a vida se faz do verbo confiar. em tudo (e sobretudo) o que não sabemos, não podemos, não
aprendemos a explicar.
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