este texto:
‘’Cada
mês de cada um dos nossos anos de vida tem dentro um dia um. E eu acho que esse
dia um é bem íntimo. Tão íntimo e tão silencioso que pode até acontecer-nos num
dia nove ou num dia vinte e sete ou em cada um dos dias das nossas vidas em que
temos aquela sensação de respirar fundo, de renovados e limpos de tudo o que
fica para trás sem que nos dediquemos muito a pensar no assunto. Não é uma
coisa de número ou de calendário e o mais provável é que nos sintamos
profundamente sós, nesse momento em que percebemos simultaneamente que somos
(sempre) tão livres, afinal. A liberdade pode até ser um dado universal,
colectivo, mas começa sempre a sós. Naqueles nossos espaços interiores. No que
dizemos, no que calamos. No que queremos muito. No que deixamos cair, por
sentirmos que já não dá para mais. Nesses momentos inqualificáveis e
inesperados, uma liberdade sem adversativas.
A cada dia, todos os detalhes, todos os dados infinitesimais disto de existir todos os dias. Sempre tão extraordinário, o ordinário, o comum, o normal. Com todas as imperfeições, com todas as máculas e quebras. Guardo no primeiro post deste ano algumas dessas coisas imperceptíveis, porque os anos passam e o meu amor pelo invisível não se gasta.’’
A cada dia, todos os detalhes, todos os dados infinitesimais disto de existir todos os dias. Sempre tão extraordinário, o ordinário, o comum, o normal. Com todas as imperfeições, com todas as máculas e quebras. Guardo no primeiro post deste ano algumas dessas coisas imperceptíveis, porque os anos passam e o meu amor pelo invisível não se gasta.’’
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» créditos imagem | rania maria