O
correr dos dias vai arrumando o calor ímpar de agosto. Este Verão que me
apaixona sempre, entra agora na sua recta final. Setembro está quase à porta e com
ele chegam os inevitáveis balanços do que já foi cumprido, e os desejos alinhados
para o primeiro mês de um novo ano.
Enquanto
Setembro não entra, e o nosso só começa a sério depois do dia 11 e das nossas
[queridas] férias, vamos aproveitando o tempo para arrumar as gavetas, arejar
os dias, organizar a cabeça e a vida, alinhar as folhas lisas e em branco,
alinhavar planos, definir estratégias e deixar tudo a postos para o recomeço.
Pelo
meio reformulamos as perguntas que temos. Pelo meio agradecemos as respostas
que chegam. E chegam no tempo em que a Vida entende ser o certo. E chegam com uma
vontade firme e uma firmeza doce de nos ensinar a viver-como-deve-ser, a agarrar
e a agradecer o que temos e o que somos. Foram
mais cinco dias de trabalho juntos. Cinco dias a usar e abusar do que mais forte
têm as relações: o silêncio. Aquele que é cúmplice, que constrói e apaixona. Foram
cinco dias de uma correria que equilibrámos com pequenos-almoços sem pressa,
com abraços ao sol no final de cada dia, com amigos queridos à mesa e muitas saudades apaziguadas, com a chegada de outros dias diferentes, bonitos, que
nascem pelo meio de dias menos fáceis que nos obrigam a praticar a arte de dar
a volta por cima.
Foram
cinco dias a mostrar à vida o que de mais valioso vamos aprendendo e ensinando
aos nossos: somos feitos de uma matéria que dá o verdadeiro valor às pequenas
grandes coisas. E somos unidos por um verbo que nos ensina que, esteja ou não o
vento de feição, nesta casa cultiva-se sempre a gratidão.
[obrigada-aí-em-cima]
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