Em agosto há um ‘’quero-lá-saber-das-chatices-da-vida'' que nos assenta tão bem. Crescemos em leveza e em vontade de viver em pleno o espírito lento dos dias. Ampliamos a paciência no tempo das respostas que esperamos. Damos o sol de todos os dias como garantido. E ir é sempre o verbo preferido.
A vida não
muda em nada, as contas são as mesmas, os problemas iguais, as pessoas que nos
fazem bem estão ao nosso lado e o resto do mundo continua no mesmo lugar. Mas há
este quê de modo-pause em agosto que torna tudo mais leve, mais simples, mais
perto.
Acho que é
porque confiamos mais na coreografia dos dias, porque cremos mais no silêncio
que nos diz tudo, porque nos apaixonamos mais pelos dias cheios do que (e dos
que) mais gostamos, e porque nos revemos mais neste imperativo que se impõe de
parar e recuperar até seguir viagem vida fora.
Gostamos de agosto porque ele nos lembra que é importante fazer mute no barulho do mundo, que
nos mergulhos que damos conseguimos ir ao mais fundo de nós, e que é no horizonte azul do mar que
tanto nos apaixona que aprendemos a acreditar de novo em tudo o que de bom existe para além daquilo que vemos. - ❥-
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