Chamam-nos pequeninos, filhos de um fado triste,
fracos e medrosos. Criticam-nos por tudo e por nada, e até por termos o melhor
do mundo. Acham-nos poucochinhos, não merecedores de chegar mais longe, de voar
mais alto, de erguer a nossa voz. Fazem desfilar um rol de críticas que, aos
mais atentos, só soam a insegurança, a mau perder e, no limite, a mau carácter.
Porque só fala com este desdém quem nunca leu
uma linha da nossa história. Só aponta assim o dedo quem desconhece a raça e o
sangue de um povo que sempre se bateu pelas suas lutas. Só procura humilhar
assim uma nação quem se esquece dos que sempre se ergueram das suas quedas, de
uma pátria que tem nas palavras do seu capitão o resumo de um espírito de
força, persistência e fé que faz parte de todos nós.
Há muito amor por Portugal. Há muito orgulho em ser
português. Há muita força na nossa pátria. E há muito querer no nosso povo.
Não importa tanto se somos os melhores do mundo, mas
conta muito termos o espírito do melhor do mundo. Não importa tanto se ganhamos
tudo, mas conta muito lutarmos com tudo.
Hoje, como na vida, não tenhamos medo por nos acharem
mais pequenos. Não nos acanhemos por nos acharem menos merecedores. Não nos
calemos por acharem que não temos voz.
Portugal está lá. Portugal merece. Portugal deu tudo,
tentou tudo, lutou tudo.
Podemos até ser só 20.000 nas bancadas, mas
somos 11 milhões em campo. 11 milhões que acreditam, sempre!
E aconteça o que acontecer hoje, contra as vozes do
desfado nós já vencemos.