terça-feira, 26 de julho de 2016

no dia dos avós, aquilo que mais importa ❥



Antigamente, esperavamos pelas férias que passavamos na aldeia como quem espera a vida toda pelo verão. Contavamos os dias que faltavam até chegar o dia em que a única roupa que queriamos vestir tinha nome de liberdade. Os dias eram cheios do melhor que a vida tem: a alegria dos avós, os olhos que brilhavam e se emocionavam por nos terem ali, perto, dentro. Os abraços que nos davam sempre acompanhados de um ‘’estás uma mulher!’’ apesar dos nossos ainda pequenos 9, 10 anos. E eramos felizes. Eramos mesmo felizes. Numa aldeia pequenina no meio do campo, rodeados de muitas árvores de fruto e uma horta cuidada com amor, os animais para cuidar, um campo a perder de vista que corriamos com os primos, os amigos, os vizinhos e os cães, sem nunca nos cansarmos. Era tudo simples e há saudades que pedem ao tempo que volte para trás. 
Naquela casa muito simples mas cheias de histórias para contar, sabíamos que o essencial é igual em todo o lado, mas na terra dos meus avós eramos ainda mais felizes. Porque a vida corria mais devagar, porque o ar era muito mais puro, porque as pessoas eram menos apressadas, davam valor ao que realmente importa, queriam saber de nós genuinamente, e abraçavam-nos com força. Porque o céu tinha mais estrelas, porque o silêncio era mágico e porque o regresso a casa se fazia com o peito cheio de saudades e a contar os dias até ao próximo verão na terra dos meus queridos avós.