quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

tão isto, que podia ser sobre nós*

«Para que serve a coragem, essa coceira que bate no miolo da vontade? Coragem serve para aceitar um convite. Serve para fazer as pazes com quem, por algum motivo menor, nos distanciamos. Serve para entregar o bilhete aéreo e deixar para trás um amor, aos prantos, no saguão do aeroporto. (...)
Coragem serve para banhos: de chuva, de cachoeira, de mar, de rio. Ela está lá no instante em que dizemos sim ao novo. E quando estamos abertos ao novo, ele entra sem bater. O novo, quando é de casa, chega no meio da noite, na hora do almoço, logo cedo, em pleno final de semana. O novo, se for bem recebido uma vez, volta.»