«Para que serve a
coragem, essa coceira que bate no miolo da vontade? Coragem serve para aceitar
um convite. Serve para fazer as pazes com quem, por algum motivo menor, nos
distanciamos. Serve para entregar o bilhete aéreo e deixar para trás um amor,
aos prantos, no saguão do aeroporto. (...)
Coragem serve para
banhos: de chuva, de cachoeira, de mar, de rio. Ela está lá no instante em que
dizemos sim ao novo. E quando estamos abertos ao novo, ele entra sem bater. O
novo, quando é de casa, chega no meio da noite, na hora do almoço, logo cedo,
em pleno final de semana. O novo, se for bem recebido uma vez, volta.»
| pedrinho fonseca |