É aprender a lidar com a ansiedade dos dias em que acerto contas com a balança. É aprender a transformar a angústia dos números em prioridades. É aprender o equilíbrio entre o que quero, o que preciso e o que me basta para ser, mesmo, feliz.
A cada dez dias recebo um novo plano de acção da Lev, uma nova lista de metas que me prendem ao objectivo e me desafiam no caminho da
superação. Não é tudo bonito, nem fácil. Continuo a ter dias maus, dias de (%&/#$"!?º#) para isto tudo, dias de estou-farta-de-brócolos! e dias em que só me apetece hibernar e acordar magra e bronzeada (e em Búzios, já agora...).
Aprendi a não me criticar duramente quando falho, mas ainda critico. Encolho mais vezes os ombros ao meu lado lunar e deixo-o a falar sozinho. Aceito (às vezes dou luta)
que não sou sempre forte, assim como aceito que a vida não é sempre a
direito. Guardo, religiosamente, todos os apontamentos sobre os esforços, as conquistas, as
alegrias e os desalentos, a frustração que transformo em energia, as pessoas que
me dão a mão, tudo o que me ajuda a persistir e a não desistir
deste caminho que sou eu.
São 120 dias e 18 quilos. 120 dias e dias muito bons.
120 dias e dias muito maus. 120 dias e uma experiência que vai muito além de
perder peso. Porque é muito mais uma forma de segurar as rédeas da minha vida e de
ter a coragem de enfrentar todas as sombras, todas as dúvidas, todos os medos,
todos os vazios.
São 120 dias, 18 quilos, uma estrada que ainda agora começou e a gratidão, profundamente comovida, pelo abraço
único da pele que há em mim.