Houve uma altura em que queria e pedia mais. Em
que nada era suficiente, e a insatisfação que me fazia correr atrás de muito mais era
um modo de vida que conjugava com orgulho. Houve uma altura em que achava que
me devia todo o mundo que ambicionava, achava que ir era o único verbo que me
assentava, que estar era mais importante do que ser e que dar respostas era
mais importante do que fazer perguntas.
Mas hoje, hoje não quero mais do que isto. Não
quero mais do que os sorrisos que somamos e a possibilidade infinita de
escolhas que temos para viver. Não quero mais do que poder continuar a voltar
aos sítios onde fomos felizes e ser feliz outra vez. Não quero mais do que a
imensidão dos dias em que a tua mão é tudo o que preciso para me sentir segura,
em que a tua voz é tudo o que preciso para saber que está tudo bem e que fica
sempre tudo bem, em que o teu abraço é a melhor casa em que algum dia morei.
Sim, hoje basta-me a luz dos nossos dias,
faça chuva ou faça sol. Basta-me a certeza da nossa bonança, por mais
tempestades que nos façam naufragar. Basta-me a confiança dos passos certos
que damos mesmo quando há tanto de incerto no caminho que trilhamos. Basta-me
este sentido de pertença e os alicerces da {nossa} vida inteira. E basta-me
este bonito estado de graça, a bússola que se orienta pelo ritmo do coração, o sentido maior da vida que multiplicamos por quatro, a esperança bonita que
em cada amanhecer e em cada adormecer me lembra que saber viver é um
acto de amor. E de fé. - ❥-
* - começa hoje uma nova volta ao sol. E eu, querida Vida, estou pronta.