quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

dezembro | 16*

Houve uma altura em que queria e pedia mais. Em que nada era suficiente, e a insatisfação que me fazia correr atrás de muito mais era um modo de vida que conjugava com orgulho. Houve uma altura em que achava que me devia todo o mundo que ambicionava, achava que ir era o único verbo que me assentava, que estar era mais importante do que ser e que dar respostas era mais importante do que fazer perguntas.
Mas hoje, hoje não quero mais do que isto. Não quero mais do que os sorrisos que somamos e a possibilidade infinita de escolhas que temos para viver. Não quero mais do que poder continuar a voltar aos sítios onde fomos felizes e ser feliz outra vez. Não quero mais do que a imensidão dos dias em que a tua mão é tudo o que preciso para me sentir segura, em que a tua voz é tudo o que preciso para saber que está tudo bem e que fica sempre tudo bem, em que o teu abraço é a melhor casa em que algum dia morei.
Sim, hoje basta-me a luz dos nossos dias, faça chuva ou faça sol. Basta-me a certeza da nossa bonança, por mais tempestades que nos façam naufragar. Basta-me a confiança dos passos certos que damos mesmo quando há tanto de incerto no caminho que trilhamos. Basta-me este sentido de pertença e os alicerces da {nossa} vida inteira. E basta-me este bonito estado de graça, a bússola que se orienta pelo ritmo do coração, o sentido maior da vida que multiplicamos por quatro, a esperança bonita que em cada amanhecer e em cada adormecer me lembra que saber viver é um acto de amor. E de fé. - ❥-

* - começa hoje uma nova volta ao sol. E eu, querida Vida, estou pronta.