2. escolher prendas bonitas.
3. conhecer pessoas excepcionais.
4. guardar tempo para o nós.
5. agradecer esta coisa boa de ser
feliz {a quem diz}.
Palavras que podiam ser minhas, soubesse eu escrever assim:
«Num banho, a
temperatura ideal para dois não existe. Na vontade de ter a água mais quente,
fecha-se um pouco o registro. Na esperança de esfriar, abre-se tudo. Nesse
vai-e-vem, minha-vez-sua-vez, deixa-que-eu-cuido-disso, a única coisa que
acontece mesmo é a água não ficar quente do jeito que um quer, nem fria como o
outro queria. Quente demais? Esquiva. Fria demais: arrepio. Testa-se, antes,
com as extremidades. Os pés, os dedos das mãos. O mergulho vertical só acontece
com a segurança de que a água está de acordo com o que o corpo espera. Espero
que vejam nisso o que são as relações. E de onde parte a tolerância
com o que é a vontade do outro. A temperatura ideal para dois nunca virá. Hoje,
talvez ela esteja mais quente do que queremos. Amanhã, pode ser que esteja
perfeita para nós – e fria demais para o outro. E que assim, dia após
dia, a gente se abrace, dance, pule, se arrepie, se esquive, descubra com a
ponta do pé se dá para entrar ou não, brinque com isso. E que o amor nos banhe.
E que as diferenças escorram pelo ralo.»