1. um livro para
ler.
2. uma música
para ouvir.
3. um lugar para
conhecer.
4. uma casa para
viver.
5. uma receita
para fazer.
Palavras que
podiam ser minhas, soubesse eu escrever assim:
(...) Há até quem brade aos céus que isso do
amor não é preciso para nada, que ser sozinho é que é o caminho. Costumam ser
esses os primeiros a cair. Um dia volta tudo como um arrepio da cabeça aos pés,
mas novo. Volta o amor. Ao início dá medo, principalmente quando se conquistou
o castelo da auto-suficiência. Medo de dar, de não saber receber, de perder, de
não merecer, passa-se pelas casas todas e o amor ri à passagem por elas, porque
não há nada maior que o amor, nada que lhe possa fazer frente.
Até que se percebe que a única hipótese é
abandonar-nos ao amor, despir os vícios e as estratégias, deitar fora as armas
que ganhámos a viver para aceitá-lo, recebê-lo como a dádiva que é a sua
existência e agradecer o milagre do encontro com o outro, com o deus no outro,
com o eu no outro.
[Sónia Balacó]