Deixamos de reclamar
da chuva, começamos a fazer queixas do sol. Parece que não há nada a dizer de
bom, não há nada que nos faça sentir satisfeitos, agradecidos. É estranha esta
forma de estar. De reclamar sempre e muito do que não se gosta e não dar valor
e agradecer pelo que se gosta e nos faz bem.
Ouço tantas
mais pessoas a reclamar da chuva do que a dar vivas ao sol. As mesmas pessoas que
reclamam de tudo o que lhes acontece, para quem (quase) tudo é um drama, uma
desgraça, culpa dos outros, do sistema, do chefe, do país onde vivem. Pessoas
que não param durante a bonança para apreciar a calma que ela traz, e o que
registam é a tempestade e quantos dias ela fica e lhes dá cabo da vida. Que não
contemplam um dia de sol porque isso tem muito menos sentido do que reclamar de
um dia de chuva, de trovoada, de roupa encharcada e humor a condizer.
Ainda bem que
muitas e muitas vezes a vida vem e vira-nos do avesso. Ainda bem que muitas e
muitas vezes a vida marca posição por nós (e para nós). Para que possamos
compreender e aceitar que aquilo que procuramos, aquilo nos faz bem e que se
chama felicidade vem sempre de dentro para fora. Pouco ou nada importa se chove
ou faz sol.
as minhas granolas favoritas:
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