quinta-feira, 7 de maio de 2015

num mundo particular*

Simplificar pode ser uma coisa tão simples como sentir a felicidade de acordar ao lado da pessoa que amo, de sentir o bater do coração do meu filho quando o abraço, de saber-me amada e querida pela minha família, de receber amigos em casa e rir como só tivéssemos razões para rir, de passear de mão dada nas ruas do bairro que é meu, de receber flores porque sim, de conversar com uma amiga e perder a noção do tempo, de poder escolher ser livre e fazer o que quiser com o meu tempo, de sentir na pele o calor único do sol da primavera, de inspirar o aroma do café fresco pela manhã que me traz as melhores memórias da minha infância, de descobrir um sorriso delicioso de quatro anos quando descasco uma romã, e o mais querido «amo-te mil milhões» onde cabe a única certeza absoluta que tenho.
Simplificar pode ser uma coisa tão simples como sentir que apesar de todas as imperfeições, das lutas e das preocupações de todos temos, dos muitos dias-não e daqueles que só apetece bater com a porta, gosto desta vida para valer. Gosto da minha vida para valer. Gosto do meu caminho para valer. Mesmo quando parecia não (me) levar a lado nenhum. Porque hoje, quando olho para trás, para um ontem que já parece tão longínquo, dou por mim a sorrir. Pelos pequenos milagres de todos os dias. Pelo muito que ganhei e que é tão maior que o pouco que perdi.
» créditos imagem | rodrigo graça