Às vezes o silêncio basta como resposta. Não é preciso
perder a calma, a serenidade, a paz, entrar numa espiral de adjectivos que são
pura perda de tempo, que só nos embaciam a visão e fazem apertar o coração. Se
este é um exercício fácil? Não, não é. E nem sempre se consegue esta clareza,
este relativizar, este foco no essencial, em tudo o que realmente importa. Mas consegue-se. Tenta-se.
Persiste-se num exercício de amor e respeito por nós mesmos. Insiste-se nas
tentativas de explicar aos outros, pelo nosso silêncio, a resposta que procuram.
O que nunca se deve fazer é desistir da paz (interior) que demora tanto tempo a
conquistar.
De vez em quando, o nosso coração precisa de ser
ensinado a não ultrapassar os seus limites, a não sentir tanto o mal que vem de
fora. A aprender que não é o mundo que gira, somos nós que saímos do lugar onde
estamos e seguimos em frente, com vontade de aprender (de novo) a ser feliz.
Acredito que seguir em frente com o perdão no coração não é fazer bem aos outros, mas a
nós mesmos. E a prova maior de quem está bem consigo mesmo.
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