1. Ouvir.
2. Ler.
3. Ver.
4. Fazer.
5. Ir.
Palavras que podiam ser minhas:
«(...) já me
desiludi muito com algumas pessoas que passaram pela minha vida e, claro,
quanto maior a proximidade, maior a decepção. não sei se é feitio, mas, apesar
de aprender sempre qualquer coisa com estas pequenas quedas, não desisto de
acreditar que, à partida, todas as pessoas são boas.
mas
depois há pequenos indícios, que vou ignorando, porque não quero ver. dizia-me
ele que me deixo fascinar pelas pessoas. é verdade. gosto muito de descobrir
afinidades em pessoas novas. gosto ainda mais de saber que estamos em sintonia
ou que, por alguma razão ou amigos comuns [que este mundo é uma ervilha],
estamos ligados. mas isso não é, nunca foi suficiente para conhecermos o caráter
das pessoas. é um processo que leva tempo, é um longo caminho a percorrer. as
suas atitudes, mais do que as palavras, contam. ele tem razão quando me diz que
devo ser cautelosa, não dar muito, esperando receber apenas o essencial. tudo
isto se treina, ao longo da vida, com todas as pessoas que conhecemos. creio
que ainda estou num momento muito inicial, em que me dou sem muitas reservas e
espero ser retribuída, aceitando, claro, que todos somos diferentes e damos em
medidas distintas.
e é aqui que é
importante perceber, válido para tudo na nossa vida, que o essencial passa por
aqui: não podemos apenas receber, esperando que o outro esteja sempre presente
ou mesmo por perto, quando precisamos. não devemos procurá-lo apenas quando
precisamos, esquecendo ou ignorando que por vezes também quem está do outro
lado precisa de nós. e, sem esse retorno, há um dia em que baixamos os braços e
desistimos de procurar, de ligar, de perguntar.»
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