quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Emergir | Trazer à tona

Às vezes tens mesmo de cair, cair bem fundo, para perceber quem realmente és, de que fibra és feito, o que queres da vida. Vais perceber (depois) que nem sempre o fundo é a pior perspectiva. Vais perceber (depois) que às vezes é preciso ir a esse ponto para conseguir olhar para cima e ver o que te aguarda à superfície.
Porque quando mergulhas até ao fundo (de ti), até podes pensar que te aconteceu o pior. Mas será mesmo? Não será a partir do fundo (de ti) que encontras uma nova forma de olhar para a superfície?
Se estás lá, não olhes para o fundo como o pior que te aconteceu na vida. Pensa na forma como vais regressar à superfície. Aceita que no teu regresso à superfície terás de fazer muitas paragens de descompressão. Quanto mais fundo fores, mais paragens vais ter de fazer. E isso é bom. Porque a cada paragem que fazes, a vida dá-te a oportunidade de reflectir, de pensar, de analisar, de decidir. E isto tudo acontece enquanto repões os teus níveis de oxigénio, enquanto ficas mais forte. É este oxigénio e esta nova cadência que aprendes a usar, que te vão ajudar a ponderar sobre tudo o que viveste lá em baixo e a olhar para tudo o que te espera cá em cima com orgulho. Orgulho de teres aprendido a conjugação certa dos verbos submergir e emergir.
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