A
melhor parte de praticar o desapego é que não temes fazer o caminho de regresso
a ti. Não temes o julgamento dos outros, o teu próprio julgamento. Conversas.
Dialogas. Procuras o entendimento de ti e dos outros. E avanças. Voltas atrás. Percebes
que precisas arrumar nas devidas caixas as ilusões que um dia fizeram parte de
ti e que agora, quando paras e as observas, não te fazem qualquer sentido. Procuras
as prateleiras mais altas de ti e é lá que as guardas. No alto, distantes, fora
do teu campo de visão.
E
sentes-te muito mais leve, equilibrada, feliz. Contigo, acima de tudo contigo. Mesmo
que os outros achem que abdicar do que tantos gostavam de ter, renunciar onde
outros gostavam de estar é a maior parvoíce que fazes na vida. Percebes, com
toda a certeza, que o verbo que conjugam não é o que queres sentir no
equilíbrio de ti: ter. E que tudo o que procuras, e que queres continuar a
aprender todos os dias, é a conjugação certa, mesmo que imperfeita, do verbo
ser.
Arrumar
coisas que nos causam desconforto, que nos tiram paz, que nos fazem sentir
viver o mesmo dia duas vezes, que andam ao teu lado mais pelo ego do que pelo
coração, trazem-te a paz que queres nos teus dias. Todos. E tu sabes, aprendes,
que a maior conquista da vida é ter paz. A tua paz.
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