Passamos
a vida a correr atrás de um ideal. Nem sempre aquele que sonhámos para nós.
Tantas vezes o que outros acham que é o certo para nós. Entramos numa espécie
de piloto automático, sabemos de cor cada minuto do nosso dia, cada passo da
rotina que faz de uma vida um acumulado de horas iguais. Algures lá no meio, sentimos que falta alguma coisa, que talvez pudesse ser diferente, que a vida
não pode ser só isto. Mas deixamo-nos estar. Apesar da culpa que sentimos,
apesar do desconforto, apesar daquela voz que nos pede para fazer alguma coisa
por nós. Temos
medo. Muito medo. A mudança ainda é uma palavra tão grande, que encerra tantas
dúvidas, tantos ses, tantas dúvidas, um tal receio de perder que não nos deixa sequer ir a jogo.
Às vezes, passamos ao lado da vida que nos faria escandalosamente felizes. E só no fim de tudo percebemos que estava mesmo ali, ao nosso alcance, perto, tão perto de nós.
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