1. Um disco novo.
2. Um filme para ver com os miúdos.
3. Um sítio para conhecer.
5. Um blog muito bonito.
Palavras que podiam ser minhas:
«Para lá da porta há sempre um espaço que é único. Para
trás fica a rua, as gentes com quem nem sempre te apetece cruzar, a pior das
rotinas a que te é imposta, os ruídos, os atropelos, os desencontros, as caras
fechadas, o frio ou o vento que nem sempre te apetecem abraçar. Para lá da
porta, do lado de dentro, há só tu ou nós, há aromas que só tu reconheces porque são teus,
a essência perfeita que resulta dos banhos, dos perfumes, da roupa da tua cama,
das alfazemas e sabonetes que têm as tuas gavetas, do teu ph e do teu adn. Há
uma claridade que sabes que vem de ti, das cores que escolheste para te receber
todos os dias. Há a nostalgia de alguns dias misturada com a alegria de outros.
De vez em quando há vozes e risos. De vez em quando há silêncios momentâneos e
em certos dias há silêncios profundos. Há a luz indireta dos teus candeeiros e
a quente das tuas velas. Há a espessura dos teus edredons e dos teus turcos e um cheiro que te conforta
num banho de espuma. Há a textura das tuas paredes, as confidências que só elas
sabem e os seus inúmeros amparos.
Para
lá da porta há sempre um espaço que te recebe e que é o verdadeiro mundo.
Aquele que desenhaste milimetricamente para quando fechas a porta deixar do
lado de fora o avesso de ti.»
Margarida
Brito, no seu bonito Deixa Entrar o Sol