Quando vivia no sul achava isto tudo uma seca. Muito parado, muito sem nada para fazer, muito diferente (e enjoativo) da minha adorada Lisboa. Aos 15 anos somos parvos, somos felizes, e somos tão tontos que não conseguimos reconhecer o que de bom a vida nos oferece.
Chateei muito os meus pais para nos irmos embora, porque tinha saudades de Lisboa, dos meus amigos, das nossas rotinas, porque não gostava mesmo de viver num sítio onde nada acontecia, onde às cinco da tarde as ruas estavam desertas, não havia nada (nunca) para fazer e os meus colegas de escola, tão tontos quanto eu, gozavam com a minha "pronúncia lisboeta" e chamavam-me alfacinha snob. (adolescência...)
Hoje, mais de vinte anos depois, dava tudo para viver num bocadinho deste lugar ao sul, nesta paz que um dia achei chata, neste bocadinho de sossego onde os miúdos crescem no meio do campo e da praia, onde o sol brilha sempre mais forte e onde o tempo não tem pressa.
*que amo.
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