domingo, 4 de maio de 2014

Mãe*

Ele sabe que quando acorda eu estou sempre lá. Sabe que os primeiros mimos são meus. Sou sempre eu quem lhe dá o primeiro beijo, o primeiro sorriso, o primeiro abraço, o primeiro aconchego nas bochechas quentes com cheiro a amor-sem-fim. Sabe que sou eu quem lhe prepara as estrelitas com bolinhas, o leite morno e uma mini-torradinha com manteiga que vai alternando com cada colherada de cereais. Sabe que encontra em mim a maior alegria do mundo em cada amanhecer, uma alegria genuína, de um prazer simples pelo acordar, pelo começar de um novo dia, pela gratidão de estar aqui a viver esta vida e de tê-lo na minha vida, de ser ele uma boa parte (a maior) do entusiasmo que me move. Ele não sabe isto tudo, mas sente. Disto tenho a maior certeza da minha vida. O meu filho, este mini-eu, pode não saber explicar o amor que tenho por ele. Mas eu sei, tenho a certeza, que cada sorriso que me oferece, cada "minha mamã" que diz e que me enche o peito de ar, cada passeio que damos juntos, de mão dada, com relatos de histórias de princesas salvas por príncipes que derrotam os maus, cada abraço do nada que me alimenta o espírito e me tira o peso do mundo dos ombros, cada bocadinho de crescimento que me enche de orgulho, são a maior prova de um amor sem fim que eu sei, com toda a segurança e vaidade do mundo, que este amor-pequenino sente por mim. Há uma admiração naquele olhar que me faz querer ser sempre melhor, pessoa, mãe. E não há motivação maior nesta vida para começar os dias assim, tão bem. 
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obrigada à minha, por tudo o que me ensinou a ser.