terça-feira, 6 de maio de 2014

Este post é sobre Amor*

Nem sempre a vida é um mar de rosas e o Amor a maior sintonia do mundo. Ainda que a premissa que nos juntou e nos mantém cúmplices e firmes neste amor que sentimos um pelo outro se mantenha, ainda que ame e adore esta pessoa que a vida me deu, de uma forma muito intensa, muito apaixonada e muito fascinada, há dias em que não bate tudo certo. Não me consigo imaginar a ser (simplesmente ser) sem este amor cúmplice. E digo muitas vezes que antes de o conhecer eu lá sabia o que era o amor. De verdade.
Sendo certa esta premissa é também certo que nem todos os dias são cor-de-rosa. Não são e não são mesmo, e está tudo bem quando não são. Porque há dias em que nos zangamos, há dias em que não nos apetece admitir que errámos, há dias em que o cansaço se sobrepõe à clareza de raciocínio, há dias em que os miúdos nos sufocam e tiram qualquer réstia de vontade de romance e há dias em que só apetece  mandar tudo à fava, fechar a concha e ficar por lá até a tempestade passar.
Normalmente não escrevo nesses dias e sobre esses dias. Não me apetece. Raramente me apetece escrever sobre coisas tristes ou chatas, dias parvos, amuos e birras. Escrevo depois, quando escrevo. E quando já demos tempo, espaço e ar.
Eu acredito que no amor, como na vida, há dias em que é preciso dar tempo, espaço e ar. Um ao outro. Depois calar. Depois respirar. Depois pensar e depois, só depois, conversar. E renovar, e reinventar, e apaziguar. Não é por acaso que estes três verbos terminam em ar. É que eu acredito, mesmo, que o Amor para ser bom e forte e impermeável aos dias de chuva, tem de ser construído de muitos dias de ar. Puro.

* - o meu por ti.