quarta-feira, 16 de abril de 2014

Intrepidez*

Dizia há dias a uma pessoa que a nossa auto-estima é tudo. E é. Acredito nisto como acredito na certeza do meu ser. Nem todos temos esta consciência e a clareza de perceber (e trabalhar) a importância que tem a auto-estima na nossa vida, na forma como encaramos tudo, o mundo que nos rodeia.
A forma como nos sentimos em relação a nós próprios afecta literalmente todos os aspectos da nossa vida. Desde aquilo que dizemos a nós próprios assim que saltamos para fora da cama antes de nos olharmos ao espelho, até à roupa que levamos para o trabalho, passando pelo modo como lidamos com os melhores e os piores momentos ao longo do dia, como nos comportamos perante os nossos colegas, amigos, família e as pessoas que nos são mais próximas, a consideração que temos por nós próprios acompanha cada fôlego, cada passo que damos.
A nossa auto-estima, que para algumas pessoas pode mudar a cada pulsação, manifesta-se na nossa postura: queixo erguido e optimista, olhos sorridentes, ou evitando todo e qualquer contacto enquanto arrastamos os pés pesados como se levássemos todo o peso do mundo sobre os ombros caídos e sobrecarregados.
Aquilo que sentimos em relação a nós próprios transmite-se não só através de cada palavra que proferimos mas também, e de uma forma muito mais essencial, com o tom e inflexão da nossa voz, por mais insignificantes que possam parecer na altura aquelas observações derrotistas ou depreciativas. Não só o que dizemos em voz alta é ouvido e julgado pelos outros, como também os comentários frios e ofensivos que nadam na nossa cabeça podem, eventualmente, corroer o nosso coração.
A nossa auto-estima reflecte quaisquer preconceitos que tenhamos contra os outros, e também contra nós próprios. Determina o modo e a razão pela qual nos limitamos no que toca a tentar alcançar o que desejamos, ou até apenas a sonhar com isso - das tarefas comuns da vida quotidiana à concretização de algo extraordinário. A nossa auto-estima é a nossa ferramenta, a nossa arma, e determina a forma como confrontamos os desafios da nossa vida, ou a forma como fugimos deles.

* ou de como quando temos a vontade, temos os meios.