Tanto, quanto é possível numa mesa onde há uma grande diversidade de gerações - eu e o Pedro estamos nos 40, o Rodrigo é um adolescente, a Madalena está a meio caminho e o Martim tem apenas 3 anos,- procuramos conversar com eles sobre tudo, todos os assuntos. Gostamos de ouvir o que pensam, gostamos de os ajudar a pensar, de pensar com eles e como eles. É um exercício que nos ajuda a todos a encontrar harmonias, mesmo quando as nossas opiniões divergem radicalmente. Apesar de todas as diferenças existe unanimidade neste ponto: é bom ver a família crescer. O Sal chegou e foi uma alegria. É uma alegria todos os dias. Falamos sobre a vinda de um novo mano, o nosso grande plano para este ano. Ficam todos felizes com a ideia, entusiasmados com o nosso entusiasmo. O Martim era o único que não tinha dado grande importância ao assunto. A maior parte das vezes mudava de conversa, noutras fazia perguntas ou respondia que já tem dois manos e não queria mais nenhum e fingia-se desentendido a maior parte das vezes.
Até este fim-de-semana, em que espontaneamente nos veio dizer que queria um mano novo, um mano "pequenino", como ele e para brincar com ele. Um mano que não fosse para a escola e que brincasse no jardim todos os dias. Um mano rapaz. Quer um rapaz. Pergunta quando chega e esta manhã incluiu-o nos desenhos da família e deu-lhe um nome, chama-se Pedro, como o papá.