Não faço disto propriamente uma bandeira, não corro atrás das coisas que corro porque alguém me disse que eram impossíveis de alcançar, mas gosto desta sensação de plenitude, de sentir que batalhei, batalhei muito e, mesmo quando tudo apontava na direcção contrária, remei contra a maré e não fui ao fundo.
Não gosto de cantar de galo antes de tempo mas, independentemente do que vem pela frente, sabe-me pela vida olhar para o enorme papel de cenário que tenho na parede do meu lado esquerdo (sempre do lado esquerdo, o do coração) e ver como tudo se compõe. Como as coisas que eram só rabiscos, ideias, planos, sonhos, começam a ganhar forma e uma forma consistente, sólida, firme, e como outras, verdadeiras surpresas, que nem sequer tinham lugar neste plano inicial começam a surgir como se tivessem sempre feito parte do plano. Faz tudo tanto sentido!
E se uma boa parte de mim continua de pés bem assentes no chão, com toda a calma e ponderação que o lado mais racional me obriga a manter (e que tanta falta faz), a outra, a maior parte desta pessoa que sou, a que sonha e faz acontecer, só consegue sorrir com tudo isto. E cantarolar e perder o sono com tanta excitação perante o muito que há a fazer. E sentir-se grata, sempre e muito grata, por tantas e tão boas coisas/projectos/oportunidades que a vida me dá. E, acima de tudo, pelas pessoas que traz para o meu caminho. Sou uma sortuda, uma grande sortuda. Mas como diz e bem um grande amigo: a sorte dá tanto trabalho a alcançar...
Perdoem-me a falta de modéstia, mas hoje sinto-me um bocadinho vaidosa, orgulhosa de mim.