É evidente que não somos
responsáveis por tudo o que acontece na vida. Esta dá a cada pessoa
determinadas cartas, cujo significado é difícil ou mesmo impossível de
compreender em certos momentos. É evidente que vivemos num mundo cheio de
injustiças. No entanto, se observarmos, por vezes estas são, infelizmente,
usadas como justificações para não mudarmos determinadas situações pessoais.
Todas as pessoas são responsáveis pela forma como jogam as cartas que a vida
lhes deu, por muito más que sejam. Se já jogou, ou viu alguma vez uma partida de póquer, sabe que é possível ganhar mesmo com a pior combinação
de cartas. Parece mais razoável aceitarmos as cartas que a vida nos deu e
tentarmos jogar uma boa partida do que lamentarmo-nos ou escondermo-nos atrás
delas para justificar, muitas vezes com antecedência, a perda de um jogo.
O problema surge quando uma
pessoa não assume as rédeas da sua vida. Alguns sentem-se no direito de não o
fazer porque certas circunstâncias não os favoreceram num determinado momento.
E, precisamente por isso, delegam parte dessa responsabilidade nos pais (que
não os ajudaram), no ambiente em que cresceram (sem oportunidades), na
sociedade (que não os compreendeu e que é injusta) ou no chefe ou na empresa
(que não os compensa nem reconhece).
E enquanto isto acontece, a nossa
vida vai passando... Tique, taque, tique, taque, tique, taque...
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o problema, de fundo, é o facto de nos sentirmos muito pequenos e não termos consciência do poder que possuímos.