O tempo é nosso. A areia na ampulheta não pára. Mas o que fazemos enquanto ela escorre é uma decisão nossa…
Bahhh! Não, este texto não vai virar uma qualquer teoria freudiana sobre o tempo e o sexo e o sexo e o tempo. Mas sim, o que disse acima não deixa de ter qualquer validade, que a tem. Toda.
Na realidade aquilo que vou escrever não tem nada de filosófico ou profundo, é escrita light sobre pensamentos ainda mais light (não, não me deu para dietas).
Venho escrever sobre um comentário com que sou confrontada frequentemente “como é que tens tempo para te vestir assim?”. Assim como?
Pessoas, vestir uma saia, collants, blusa e calçar saltos altos demora exactamente o mesmo tempo que vestir calças de fato treino, t-shirt e calçar umas peúgas e ténis (peguei no extremo de fatiotas só para causar mais impacto, sim!). A verdade é que eu demoro exactamente o mesmo tempo a decidir o que vou vestir e a efectivamente vestir-me, independentemente de estar de jeans ou de vestido, de calções ou saia. A decisão sobre o nosso guarda-roupa não reside no momento imediatamente a seguir ao duche em que decidimos o que vamos retirar do armário. A decisão sobre o nosso guarda-roupa (tal como a decisão sobre o que fazemos com o tempo – que é nosso) é nossa e é feita ao longo da vida de forma mais ou menos consciente.
É óbvio que esta pequena divagação não tem nada de filosófico… mas acaba por ser a metáfora que eu queria que fosse. As decisões que tomamos são nossas e só a nós dizem respeito. Para o bem e para o mal. E estar mais ou menos apresentável (sem qualquer espécie de juízo de valor sobre a forma como andamos vestidos) só depende de cada um de nós. Não é uma decisão tomada repentinamente. É intuitiva, claro! Natural e mecanizada. Como a maioria dos processos de tomada de decisão são. Mas é uma decisão nossa que não acarreta mais tempo do que qualquer outra.
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me | eu, tu e os meus sapatos
me | eu, tu e os meus sapatos