As manhãs que começam sem os meus rapazes
não são a mesma coisa. Fico sempre com a sensação que me esqueci de alguma
coisa, que me falta alguma coisa e que o dia não começou bem. E não, não começa
tão bem, porque a rotina dos dias em que tenho de sair de casa de noite (nem me
digam nada) torna os meus dias menos leves, menos preenchidos. Bom, na verdade
são mais preenchidos, de trabalho, de muitas horas, das reuniões que começam
cedo, cedo, dos muitos quilómetros, dos números que me ensandecem, das dores de
cabeça que me perseguem e das mil coisas para pensar e decidir. Não é nenhum
drama, longe disso. Sou imensamente grata a esta oportunidade de sonho que a
vida guardou para mim no momento certo. Muito, muito grata. Mas como todo o ser
humano (e todas as mães que conheço), adorava conciliar de forma mais
equilibrada este tempo dividido entre trabalho e afectos. Faz-me falta, faz-me
muita, muita falta este equilíbrio.
E fazem-me falta as manhãs em que
acordamos todos juntos, em que temos tempo para mimo, para pequeno-almoço, para
o café no mesmo sítio de sempre, para sair de mãos dadas com o meu
amor-pequenino e para conversarmos sobre as coisas boas do dia que temos pela
frente. Faz-me falta o sorriso aberto que me acompanha nesses dias e as horas
que passam muito mais rápido quando a vida permite estes pequenos momentos
felizes.