Uma pessoa fala, diz que consigo jamais, crítica quem faz, olha de soslaio para quem usa isso como prática no dia-a-dia, roga pragas quando sente na pele aquilo que considera ser o desrespeito na sua forma mais banal e chega o dia em que passa por uma situação destas: chegar atrasada. Eh pá, para mim chegar atrasada a um compromisso, pessoal ou profissional, é uma coisa que me deixa doente. Mas doente mesmo, com cólicas, dores de cabeça e uma camada de nervos que me deixam aparvalhada. Um dos meus compromissos comigo mesma, desde que me conheço como gente, é o respeito pelos outros e pelo tempo dos outros. Chegar a horas, uns minutos antes da hora, de preferência, cumprir o que acordei com alguém e sentir esse respeito do outro lado é meio caminho andado para uma parceria de sucesso.
Na semana passada falhei. Mas falhei redondamente. E falhei porque falharam comigo, mas falhei. Tinha uma reunião agendada para as 9:00, tinha tudo preparado, em casa, para deixar o Martim com uma babysitter, tinha o pai e o irmão do Martim fora, e longe de casa, e dez minutos antes da hora que tinha acertado com a senhora (7:50) recebo uma mensagem a dizer que surgiu um problema e que já não pode vir. Bonito. Mas muito bonito, mesmo. Now what? Tudo atrasado, tudo enrolado, a minha reunião tinha de ser naquele dia, o meu interlocutor regressaria ao Porto e tinha de arranjar um Plano B. Só tinha um possível: recambiar o pai para casa. Coisa que podia demorar.
Cheguei uma hora e muito depois, o meu estado de espírito já não era o mesmo, a minha manhã ficou toda condicionada àquela alteração de horários e a irritação com este episódio (que pode acontecer a qualquer pessoa, bem sei) manteve-se o dia todo.
Já é a segunda vez que isto me acontece com uma babysitter. A primeira não teve consequências de maior (apenas adiámos o nosso programa a dois), mas hoje a coisa podia ter sido mais chata e tinha perdido a oportunidade de conversar com esta pessoa e dar continuidade a um projecto pessoal que quero muito pôr em prática.
Preciso, mesmo, de ter alguém, da maior confiança, para ser o meu plano B com o Martim quando os recursos me falharem. Está na minha lista de pendentes urgentes.