Por mais voltas que dê, por mais truques que invente, por mais circos que monte (e monto com cada um que só visto), por mais cantigas que cante e histórias que conte, não adianta. O meu filho não gosta de comer. O que come é pouco e de forma muito selectiva. E se há dias em que encaro isto com a descontracção e a naturalidade que me é recomendada (pelo pediatra, que, até à data, me assegura o crescimento saudável do Martim), há outros em que fico passada e me desoriento com esta falta de apetite ou com este apetite finório. Fruta, leite e salmão grelhado é venha a nós o vosso reino. O resto, come tu e é se quiseres. E é enervante tê-lo à mesa e não conseguir fazê-lo comer um bago de arroz, uma batata, um bocado de carne, uns legumes, uma sopa, nada que fuja ao que realmente gosta e come bem. Está mais magro, mais eléctrico e eu cada vez mais maluca com este miúdo.