Andamos em pesquisas de casas a sul. Andamos não, anda o senhor meu marido. Entre sites da especialidade à revista Casas de Portugal, já me deve ter mostrado para cima de uma boa centena. Ainda não encontrámos uma que nos enchesse as medidas em tudo o que queremos e que nos levasse a dizer: ah e tal, assim está bem, sim senhor, que bela casa. Mas também, diga-se de passagem, somos moços esquisitos exigentes. E se há casas lindas, bem decoradas (o que não é requisito para o nosso objectivo) e que transpiram charme, há outras que têm tanto ou mais potencial mas cujos proprietários, na hora de tirar fotografias que favoreçam o negócio, devem ter incorporado o espírito santo do mau gosto e é quase uma tortura olhar para aquelas fotos. A sério, quem é que se lembra de tirar fotografias a uma cozinha toda suja e com pacotes vazios e loiça por lavar. Ou a uma casa de banho com roupa espalhada no chão, sapatos e sacos por todo o lado. Ou a um quarto com camas por fazer ou uma piscina com ar de pântano. Juro que não entendo. Mas adiante, não era esse o ponto.
O cerne da questão é a minha fixação por cozinhas. É a primeira coisa que faço questão de conhecer numa casa e é por aí que me conquistam. Depois vem o resto, o espaço dos quartos, a arrumação, a segurança, etc. Mas as cozinhas, ai as cozinhas, são a minha perdição. Mais recentemente dei por mim a dar tanta importância a uma boa cozinha como ao espaço exterior. Um bocadinho de verde, com muitas plantas e espaço para alapar numa cadeirinha de baloiço a ler ou apenas a contemplar os miúdos, tornou-se num requisito a não descurar.