Pequeno Martim tem passado umas fases dolorosas à cause dos seus dentes. Tem alturas em que só quer andar de chucha para a poder morder com toda a força - ele que nunca foi grande fã da dita e que normalmente só a pede para dormir. Isso ou maçãs, muita maçã pede este meu filho, mas claramente porque lhe causam uma espécie de alívio ao morder - só come a casca, mais nada. Fino.
Passa-se que este fim-de-semana dei pela deterioração irreversível da sua chucha favorita - tem uma carrada delas em casa, mas desde que lhe demos esta nunca mais quis as outras. E estava de tal forma mordida que tinha um rasgão ao meio. Lixo com ela, claro está - mas antes disso partimo-la e só deixámos o plástico, para ele perceber que se tinha estragado.
Toca de ir buscar as reservas e... nada. Não pegou em nenhuma das outras. E passou assim o fim-de-semana. Com as chuchas nas mãos, mas nada de as pôr na boca. E adormeceu sem chucha e tem vivido sem chucha. De vez em quando pergunta pela amiga e nós damos-lhe as outras e explicamos que o lobo mau (da história que adora) estragou a outra (alguém tem de pagar as favas).
Só que hoje, por não ter a chucha, não fez a sesta. E esta noite vou ver como é que adormece sem ela.
A verdade é que ao almoço corri umas quantas farmácias de Lisboa à procura de uma igual à favorita (da Chico, em latex e dura como o raio) mas não encontrei. Dizem-me (pessoas mais entendidas e experientes do que eu) que ainda é muito cedo para que o Martim largue a chucha. Que vai sofrer e chorar. E eu digo que vou arriscar. Quem passa um fim-de-semana inteirinho sem chucha e sem grandes choradeiras por não ter aquele elemento de conforto, é bem capaz de já não precisar dela para nada. Ou de, arrisco, nunca ter precisado. Até agora não chorou e a única consequência (que não é boa e me preocupa porque lhe faz falta) foi não ter dormido a sesta. Vamos ver como corre esta noite e o dia de amanhã.
Entramos em modo testes - sem chucha e sem fralda.
