quarta-feira, 2 de maio de 2012

Ainda o post sobre o ensino em Portugal*

Talvez pela primeira vez desde que tenho o blog sem comentários senti pena por ter tomado essa decisão. Talvez tivesse sido interessante ler todas as opiniões e poder acrescentar algumas notas à minha, o que farei agora.
Escrevi a minha opinião, a minha perspectiva de 'mãe' de um adolescente que anda em apuros com a matemática e a respectiva professora. Escrevi porque tenho acompanhado as dificuldades, a falta de motivação para aquela disciplina (que se reflecte nos resultados de uma turma inteira), a vontade de nem sequer querer tentar por achar que não vale a pena e porque a professora (esta professora) diz que "não está lá para ajudar ninguém, apenas para dar matéria".
E porque senti (pelos e-mails que recebi) que posso ter generalizado indevidamente (apesar da ressalva no último ponto do post) e porque concordo que como em todas as outras profissões há maus profissionais, maus dias, más fases, más vontades, más educações/formações, achei que devia fazer esta adenda. Não estou, de todo, contra os professores, longe disso. Reconheço-lhes, de uma forma geral, o mérito, a dedicação, a paciência e a vontade de desempenhar com brio tão nobre profissão. Sobretudo nos dias que correm, com as dificuldades que todos conhecemos e com as adversidades que têm vindo a aumentar. Mas estou, pelo que tenho acompanhado, desiludida com a qualidade de uma parte (a da realidade que conheço) desses profissionais. E não falo só de um professor em concreto. Na escola em questão (e em outras, de amigas com quem falo e que se queixam da mesma indiferença] existem mais como a professora de matemática, que respondem [com absoluto sentido de impunidade] que não estão ali para ajudar, mas para dar matéria. Se os "meninos" não compreendem que procurem ajuda fora da escola. 

Reparem, até podem ser estas as regras a cumprir, até pode ser este o protocolo a seguir, até posso estar a falar de cor daquilo que não conheço "a fundo" e esta ser uma ínfima parte do problema. Aceito. Mas esta forma de se dirigir a um aluno com dificuldades, este aparente desprezo pelo pedido de ajuda de um miúdo que se está a esforçar, que quer ter boas notas, estas palavras ditas assim (e repetidas mais do que uma vez), sem acrescentar nem mais um ai, é decepcionante para qualquer mãe. Pior do que isso: absolutamente desmotivante para qualquer aluno.

* - e porque, de forma muito honesta, nunca quis ofender ninguém.