quarta-feira, 21 de março de 2012

Bom dia, disse o sossego.




E agora que me estava a habituar a este imenso branco, a este silêncio apenas interrompido pelos meus vizinhos melros, ao sol, {ao imenso sol!}, que entra por estes janelões dentro e se deixa ficar por aqui todo o dia, a vê-los dormir lado a lado, a ouvi-los rir, a ouvir papá-papá a cada cinco minutos, a contemplar as pequenas coisas que me fazem sentir verdadeiramente feliz, tenho de ir.
Bem sei que vai passar rápido, quero acreditar que sim. Bem sei que é tudo pelo passo seguinte que nos vai trazer uma melhor qualidade de vida, bem sei que é por eles e por nós, mas sobretudo por eles e bem sei que vou precisar de mais doses maciças de força e optimismo para olhar com fé para a frente e percorrer o caminho que falta com a determinação e a coragem que me exigem. Bem sei isso tudo, mas não consigo deixar de sentir este nó na garganta e esta traiçoeira tristeza de não poder estar aqui, com eles, a partilhar todos os dias de Sol.