quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Martim e os Alpes

Eu chego a casa e Dom Martim exclama "Tiiiiiiiaaaaaa". Quando vê a minha irmã  grita "Mamãaaaaaaa". Resumindo, tenho o meu pequeno filho todo trocado e porquê e porquê? Por causa dos meus ricos sobrinhos. De tanto ouvir os primos chamarem por mim, acha que o meu nome é tia. E de tanto os ouvir chamar pela mamã, acha que é esse o nome da minha irmã.
Mais coisas de Dom Piglet: aprendeu a dizer bó-ju [bonjour], não dá beijinhos a ninguém a não ser ao telemóvel, ou melhor quando está ao telemóvel com o pai. Dá beijinhos ao aparelho, abraça-o, diz-lhe tchau-tchau de mãozinha no ar e corre a casa toda numa conversa onde só se percebe mamã, papá, mano, mê-mê (a prima que adora de paixão), cão e pouco mais. O pai diz que entende tudo. E eu acredito. Acredito porque as saudades também nos aportam uma espécie de descodificador. De palavras, de silêncios, de amor e mimo.