segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Mães

A minha mãe acha que ando a comer pouco. Que faço umas refeições muito leves e só ao fim-de-semana me vê comer bem. Para a minha mãe eu nunca estou gorda, mesmo quando estou prestes a entrar em modo Adele meet Beth Ditto. Não senhora, que calúnia. Para a minha mãe a menina está sempre uma maravilha, rolicinha e "assim é que estás bem porque as mulheres não se querem cá só pele e osso". E é isto que eu vivo. Por um lado esforço-me, e tento até arrastar a minha doce mãe, para uma alimentação mais saudável, ir com ela fazer umas caminhadas ao fim-de-semana e incutir-lhe a importância de um corte substancial em fritos e doces, deixando um dia livre ao fim-de-semana para disparates, por outro tenho esta pressão do vê lá «se emagreces como quando estavas em Londres e parecias a olivia palito». Eu? Olivia Palito? Nem em sonhos, não tenho constituição física para ser tão magra, mas a minha mãe acha que sim. E vá de trazer para casa todas as coisas boas que eu gosto, mas não quero comer. E vá de fazer receitas que adoro e que já lhe pedi para nem pensar nisso durante a semana.
Combinámos que agora sou eu que organizo eu os meus almoços, jantares e lanches de cada dia da semana, e nem quero ver o que eles estão a jantar enquanto eu como a minha [muito magra] sopa. Mas há dias em que chego tão cansada e com tanta fome que só me apetece mandar os quilos, as corridas, os planos alimentares e o catano à fava. É a vida de uma pequena lontra perdida nos Alpes. Alguém me venha buscar, faz favor.
Enquanto vêm e não vêm decidi que vou voltar ao meu drenante diário. É um grande aliado no combate à gula e ajuda a equilibrar aquela coisa que dá cabo de mim [e faz revirar os olhos do meu médico] de seu bonito nome colesterol [o parvo].
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[imagens de Linda Nguyen, no seu lindíssimo Toasty Biscuit]