quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

M.

Desde que cheguei a casa andei o tempo quase todo com ele ao colo. Mal o punha no chão para brincar, andar, tentar distraí-lo com algum brinquedo, começava a chorar. Dormitou, acordou, voltou a dormitar e a acordar, e esteve quietinho encostado ao meu coração. Fiz-lhe a sopa que mais gosta, não quis. A fruta que adora, não quis. Leite, nada. Iogurte, nada. Não quis nada. Só água. Muita água. 
Dei-lhe soro de frutos, para não desidratar, Ben-u-ron para a febre, todos os mimos multiplicados, as cantigas, as histórias, o sossego. Adormeceu profundamente há umas horas. E eu também já lá devia estar. Daqui a menos de nada tenho de me levantar.
Mas quem é que diz que durmo? Quem diz que consigo dormir? Com este aperto no peito e a dúvida que não cala: se será só da vacina, se será mais alguma coisa, se tem alguma dor, se se se se.
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E as muitas saudades de casa.
Daquela pessoa que é a minha casa.