As pessoas que não têm filhos são muito engraçadas a opinar sobre os filhos dos outros. "Ai se fosse comigo" e "podes ter a certeza que quando eu tiver um filho não vai ter hipótese de fazer birras, e se fizer leva e leva mesmo!" são as que gosto mais de ouvir. Mas gosto mesmo. Porque, em regra, aquelas coisas que achamos que connosco nunca se vão passar, acabam por ser precisamente aquelas que vamos ter de enfrentar, ao cubo. [até porque as coisas parecem sempre muito mais simples quando assistimos de camarote...]
Os miúdos fazem birras. Os miúdos gritam. Os miúdos estão sempre a pôr-nos à prova. Os miúdos passam por fases complicadas e, tenho para mim, pelo que vejo com os meus sobrinhos, que quanto mais crescem, mais complicadas se tornam essas fases. Os miúdos não são perfeitos, são miúdos, e as birras, os choros, os amuos, as zangas e as pequenas frustrações do dia-a-dia fazem parte do crescimento. Deles e nosso, porque esta é uma aprendizagem diária, que funciona muito à custa de tentativa e erro. E ninguém me venha dizer que já sabe tudo, que os outros pais é que são demasiado brandos, porque mesmo quem tem mais do que um filho sabe (ou devia saber) que as crianças são todas diferentes, a maternidade não é uma ciência exacta e ainda não inventaram o livro das regras sem excepções.