segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

E eu ainda me surpreendo

Quando algumas pessoas associam a emigração de portugueses a, apenas e só, trabalhos de limpeza e construção civil. Mais do que uma visão redutora daquele que é, nos dias que correm, o quadro-tendência da emigração (ainda que continue a existir a chamada emigração-padrão - procurar, noutro país, um qualquer trabalho, menos qualificado, a troco de um salário três ou quatro vezes maior que no país de origem) é constrangedor que se olhe com desconfiança para alguém que desempenha um cargo diferente e que fala a língua de Camões.
'Alguma coisa de muito errado se passa aqui', é o que conseguimos ler no olhar de algumas destas pessoas (felizmente não todas), que assim que se apercebem que não somos da mesma nacionalidade, não temos os mesmos costumes, os mesmos hábitos e a mesma substância, se afastam, procurando os seus pares, olhando-nos com desconfiança e ignorando tudo o que dizemos, fazemos ou propomos.
E quanto mais próximos da velha-guarda, pior.